A importância do feedback constante

Nós aqui da Wal enxergamos essa prática como uma reação natural e necessária a um estímulo trazido por alguém.

duas pessoas trabalhando em um computador

A importância do feedback constante 

Afinal, o que é um feedback?

Ao traduzirmos esse termo do inglês para o português temos a seguinte expressão: retroalimentação. Eu adoro essa terminologia: retro-alimentação, ou seja, alimentar algo na direção oposta ao estímulo recebido.

Isso é a exata definição do que chamamos de equilíbrio, onde a harmonia se mantém, pois todos os lados de uma relação depositam energia para que ela dê certo.

Uma das ações vitais do ser humano é a de alimentar-se. Uma atitude diária, que nos leva à nutrição, saúde, força de vontade, proatividade e garra de viver. Não é à toa trazermos esse nome para o ambiente de trabalho.

Seja em âmbito profissional, amoroso ou familiar, temos que ter em mente que lidamos com seres humanos e estes precisam ser constantemente alimentados. Quando adotamos uma postura de dedicar ao outro o retorno energético de algo que nos foi entregue, estamos alimentando o ciclo de equilíbrio perfeito em prol do mesmo objetivo.

Diante de tudo isso, podemos começar a entender porque uma política de feedbacks constantes pode agregar tanto à saúde do dia-a-dia de uma empresa e/ou escritório. Vamos trabalhar com uma analogia básica: em sua opinião, seria melhor ficar muito tempo sem alimentar-se e então comer o mundo todo de uma só vez (e passar mal consequentemente), ou ir nutrindo seu corpo aos poucos, conforme a necessidade do momento?

Acredito que nada em excesso seja a opção mais correta. Portanto, quando seguimos a linha de raciocínio de manter toda uma equipe na mesma página, estaremos contemplando o valor da transparência, que é um forte aliado do sucesso de um time. Com transparência, deixaremos todos a par do objetivo em comum, das dificuldades enfrentadas, das qualidades possuídas e das melhorias necessárias. Sem surpresas evitáveis, essa é a chave.

Ao mantermos a conduta do diálogo, da troca e da escuta ativa como valores da equipe, temos o que se denomina de trabalho coletivo sustentável. De nada adianta estarmos insatisfeitos com o trabalho de determinada pessoa e não dizermos pontualmente à ela as questões que nos está latente no exato momento em que acontece. Assim como, não tem porque não aumentar a moral e o entusiasmo de alguém que está se sobressaindo em sua performance, através de elogios às suas atividades, tarefas e postura, por exemplo. 

Ambas as ações trarão resultados benéficos para o trabalho em geral: a primeira fará com que se alinhe cada vez mais as expectativas de uma entrega - o que se espera da pessoa?; como se deseja que aconteça a execução do trabalho?; quais pontos que não podem ser negligenciados de maneira alguma?; qual o básico que o projeto exige? - a segunda, por sua vez, mostrará o que é considerado bom para aquele tipo de projeto, dentro daquele momento específico, ou até demonstrará aos demais um exemplo a ser seguido. 

Feedback como algo biológico, necessário e natural

Sabia que o funcionamento natural do nosso corpo humano possui uma base de feedbacks constantes? Sim, é isso mesmo, seu organismo funciona à base de uma retroalimentação contínua.

A medicina analisa as “respostas” corporais produzidas pelo organismo a partir de alterações feitas e considera essa auto adaptação corpórea uma condição sine qua non para o seu funcionamento perfeito. Por exemplo, o feedback negativo do organismo é responsável pela homeostase humana, isto é, pelo equilíbrio interno corporal.

Vamos entender: suponhamos que tenha havido o aumento do estímulo X no corpo, seja por conta de alimentação, falta de sono, remédios, etc., e isso tenha desregulado alguns sistemas orgânicos. De pronto, o cérebro irá estimular a produção do elemento Y, que trata-se de um inibidor de X, para que seu organismo retome o equilíbrio interno o mais rápido possível. Então, concluímos que o feedback corporal chamado de negativo trata-se de um mecanismo que garante uma mudança contrária em relação ao estímulo inicial.

Está na biologia básica funcional do ser humano a existência de um retorno constante para qualquer nova interação produzida, seja ele positivo ou negativo. Nosso mundo externo não passa de um reflexo do funcionamento inteligente do nosso organismo interno. Deste feito, com base na linha de raciocínio da máquina mais perfeita já vista: o corpo, podemos reproduzir a lógica no funcionamento de um elemento orgânico externo: uma equipe.

Suponhamos que um dos integrantes da equipe não está utilizando os modelos de peças que determinada área do escritório deva seguir. Isso aumentará o retrabalho do time, pois a necessidade de coisas a serem corrigidas será muito maior e o tempo gasto em uma única tarefa poderá ser triplicado. Com esse fato, o reflexo será de lentidão e atraso nos resultados gerais. Como recuperar a homeostase (equilíbrio interno) da equipe?

Pensando de forma sistêmica, se fosse em nosso corpo humano, o feedback seria imediatamente feito, para que o elemento que estivesse trazendo letargia ao funcionamento do todo fosse revertido de pronto. Sendo assim, minimizamos as consequências negativas que poderiam sobrevir ao estímulo inicial.

Quando tratamos de um sistema de feedback com pessoas que compõem um time, devemos ter em mente que cada um deles trata-se de um ser complexo por si só. Isso quer dizer que possuem diferentes crenças, traumas, desejos, sonhos, educações, impulsos e bases de dados. Sendo assim, é uma verdadeira arte aprender a lidar com a diversidade humana.

Ao falarmos de feedback, estamos automaticamente nos referindo a uma ferramenta muito efetiva nessa empreitada que são as conexões humanas. Quando nosso objetivo é tirarmos o melhor daqueles que estão conosco, em busca de um objetivo que temos em comum, é importante que nos mantenhamos sempre a par do que está ou não funcionando dentro do contexto em que estamos inseridos.

Como dar um feedback?

Existem algumas formas legais de se passar uma mensagem com segurança, clareza e respeito. Independente da maneira que seja escolhida, o mais importante é ter em mente que o outro poderia ser você. Sendo assim, como você gostaria de receber uma retroalimentação? Como você deseja ser tratado e comunicado?

Tendo isso em mente, um dos jeitos que mais vejo benefícios em se passar uma resposta a determinado estímulo é, antes de mais nada, ressaltar o que aquilo possui de bom. Analisando a ação inicial, o que podemos elencar como pontos positivos? Quais características da pessoa que produziu aquele feito são qualidades e devem ser iluminadas? Qual parte da tarefa te chamou atenção positivamente?

Quando iniciamos nossa reação com o lado bom da coisa, automaticamente, a pessoa que está recebendo a mensagem já não mais irá encará-la como uma ameaça ou agressão. Pelo contrário, de pronto ela irá acessar os pontos positivos que vieram de sua ação e isso estimulará a vontade de melhorar e a sua autoconfiança.

Em seguida, após ressaltarmos os pontos bons e reiteramos as qualidades daquilo, é importante mostrarmos onde poderíamos melhorar e o porquê disso. Sempre estaremos buscando evoluir e crescer como pessoa, seja em âmbito profissional ou não, sendo assim, é importante relembrar que os pontos de melhorias devem estar presentes sim, para que não nos estagnemos. 

Dessa forma, falando em primeira pessoa, o que para você poderia ser melhorado em determinada tarefa? É nesse tom que podemos passar nossa mensagem, trazendo pontos de melhorias acompanhados de justificativas condizentes. Quando explicamos o porquê de trazermos um feedback para que um ponto seja alterado estamos colocando verdade, tempo e atenção naquilo que passamos. Assim, o receptor da mensagem vai ver que não se trata de algo insignificante, o que trará muito mais valor para as próximas ações.

A busca por atividades “bem feitas” tem sua nascente na maneira como nos comunicamos. Para que consigamos ter uma comunicação compassiva e empática com o próximo, é preciso que mantenhamos o valor da comunicação constante. Quando há diálogo contínuo, as possíveis quedas em precipícios se tornam mais baixas e menos dolorosas.

O segredo é não acumular feedbacks, assim manteremos as expectativas sempre atualizadas, com o foco na busca pela transparência, sem pressa, mas sem pausa.

Conclusão

Para facilitar, deixo aqui em tópicos o que podemos chamar de “receita de bolo” de um feedback bem passado:

  • Poderia ser você no lugar do receptor da mensagem, então opte por um tom educado e empático;
  • Foque inicialmente nos pontos positivos que podem ser enaltecidos, seja na pessoa ou em uma tarefa pontual;
  • Aponte o que poderia ser melhorado, de forma que fique claro como isso pode ser feito;
  • Por fim, conclua dizendo o porquê desses pontos de melhoria que foram levantados, é importante darmos uma atenção especial para a justificativa da mensagem (senão pode ser interpretado apenas como estilos pessoais diferentes).

Escrito por
uma mulher de perfil

Marcela Dominguez

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Especialista em Gestão e Performance na Wal Firm

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