“Estes temas estão no centro da discussão das rodas de advogades mais antenades: ESG e Legal Design. E saiba, estes temas têm muito em comum.”
ESG ou, em português, ASG (Ambiental, Social e Governança) ressurge como um tópico fundamental para as empresas e consumidores como uma forma de ajustar e definir práticas que sejam mais inclusivas, com processos mais estruturados e com menor consumo de tempo e recursos, sustentáveis e que gerem o menor impacto possível.
Estas três letras estão entre os principais assuntos do mundo dos negócios e representam uma grande evolução social, propulsionando as empresas para um lugar de mais consciência em relação ao seu propósito, levando-as à questionar como gerar valor para os seus Stakeholders, como, por exemplo, reduzir desigualdades de gênero e sociais, serem mais transparentes e éticas, reduzir as emissões de gases de efeito estufa entre outras.
O ponto importante desta discussão é sobre como as empresas estão buscando evoluir para incluir os critérios ESG em sua rotina. Muitas parecem ainda não saber como implementá-los, buscando regras que ainda não existem ou que sequer estão estabelecidas ou, até mesmo, seguem uma fórmula que não caberia para a sua realidade.
Com o Design, ou o Legal Design (já que estamos no universo jurídico), existem diversas interfaces em que o ESG se faz presente, principalmente em aspectos de Governança e Social.
O Legal Design permite que o mundo jurídico seja mais inclusivo e acessível. Por exemplo, redigir uma petição com a escrita mais centrada nas pessoas em geral (seu cliente, o juiz ou qualquer outro intérprete); uma escrita de mais fácil entendimento, transparente sem perder a segurança jurídica. Pensar processos mais ágeis e sustentáveis e, também, tornar os documentos mais claros, sintéticos e diretos.
Pelo lado do Visual Law, a inclusão pode se fazer presente. Com documentos construídos de modo a atender pessoas que tenham baixa visão ou daltonismo, buscando contrastes, cores, tamanho de fontes e espaçamentos que auxiliem a leitura e entendimento. Também é uma boa prática, quando for caso de documentos digitais, existir versão em áudio dos documentos para os que não enxergam ou não tem capacidade de ler.
De toda sorte, estes são alguns pontos superficiais que podem ajudar a colocar seu time ou organização, ou seja, todos os seus Stakeholders internos, nos trilhos do ESG e começar uma revolução de dentro para fora.
Por fim, cabe citar Ricardo Martins, professor de Design de Serviços do SCAD – Savannah College of Art and Design:
“Nós podemos fazer: Design centrado no meio-ambiente, Design centrado no planeta Terra, Design centrado na Vida. Mas não. Somos egoístas e fazemos Design centrado no Humano, o que significa, na verdade, Design centrado no Dinheiro.”
Temos nas mãos uma oportunidade de mudar este paradigma.